29/09/2017

Mezze no Mercado de Arroios


Abriu na semana passada  o primeiro restaurante Sírio de Lisboa, e eu que andava a olhar para as portas desde que soube que iria abrir, fui lá almoçar com o meu filho na passada quinta-feira.
Aberto por um grupo de refugiados Sírios, tem tido muitos apoios e algum destaque nos meios de informação. Por isso não é fácil arranjar lugar, mas esperando um pouco tudo se resolve com sorrisos e gentileza.

Gostei, mas gostava de ter gostado mais. Vou voltar pois há coisas que podem ser resolvidas e outras que talvez precisem de mais tempo para eu as entender. Por exemplo, o pão.
Achei-o demasiado elástico, ia a pensar na consistência dos chapatis e nos nan que se comem em muitos sítios de Lisboa e este pão só se lhes assemelha no aspecto.

Algumas coisas precisavam dum pouco mais de tempero, mas o que me desgostou foi o aspecto geral de falta de generosidade, que para mim é fundamental neste tipo de refeições. A salada fatoush é deliciosa e isso realçou mais a sua escassez. O hummus desaparece em menos de nada de tão pouco e não me parece que mais uma ou duas colheres dele fizessem diferença no orçamento...

Muito bom o baba ghanoush e a baklava final, boas as espetadas de frango (embora um pouco secas), bom o bulgur com lentilhas (mujadara) e um pouco desenxabido o arroz amarelo com cajus(não sei o nome deste...)
 
Bebemos uma limonada com hortelã que é irrelevante e não parece feita de limão espremido...

Gostei do espaço e da simpatia, mas por muitas histórias que existam por trás ( a associação Pão a Pão foi fundada por refugiados Sírios), não deixa de ser um restaurante onde duas pessoas facilmente gastam 30€ e daí eu espere que haja a necessária evolução.

A ideia da grande mesa central, a partilha, as muitas coisas para provar, tudo isto na minha cabeça aponta no sentido da generosidade, a mesa farta, a festa, e saí de lá a pensar no meu avô, que sempre que via uma travessa vazia, comentava para a minha avó: Oh Celeste, ficou tudo com fome!

Eu não fiquei com fome - talvez porque o meu filho come pouco - mas ficou-me gravada a pequena tigela com aquela excelente salada, assim como o "pires de café" com hummus e essas ideias iniciais permaneceram até ao fim da refeição.

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