24/01/2016

Noélia na Academia Time Out

Fui ao workshop como convidado da Academia, depois de ter sido o vencedor do concurso que eles lançaram. Para isto a minha filha foi fundamental, pois sem a sua ajuda eu não teria conseguido os "likes" necessários. 


 Gostava de dizer que foi uma das horas mais úteis da minha vida no que se refere ao contínuo aprender de qualquer coisa e só não o digo, porque não faço ideia quanto tempo demorou. Não dei pelo tempo passar, como, igualmente, me esqueci que estava num lugar público, numa espécie de montra com gente que passava e ficava a ver o que ali acontecia.

Só tive olhos e ouvidos para a Noélia e o Rodrigo, que nos ensinavam e para o Bernardo, que comigo ia seguindo atentamente os passos recomendados,  para chegarmos ao famoso Arroz de Limão com Robalo e Ameijoas.  

A primeira vez que comi esta especialidade da Noélia, foi com a minha filha e ambos ficámos fascinados com o sabor do prato. Depois disso, já repetimos a experiência muitas vezes e sempre com o mesmo resultado, misto de surpresa e prazer.
Por essa razão, tentei, sem espalhafato nem promessas, fazer qualquer coisa parecida, mas acabou sempre num bom arroz de peixe que faz a minha filha sorrir, dizer que está bom, mas não é o da Noélia. 

Assim, o anúncio do workshop na Academia TimeOut, foi recebido não apenas como a oportunidade de estar a cozinhar sob a direção da Noélia, mas a esperança que fosse este arroz o prato seleccionado, para nós prepararmos e assim foi.

O maior segredo, estava bem à vista desde sempre, no nome do prato, que como a Noélia frisou é Arroz de Limão com peixe e ameijoas, e eu aindei sempre a fazer Arroz de Peixe com Limão.



Portanto vamos ao assunto:

Tal como sucede no restaurante Noélia e Jerónimo, fizémos uma dose para 2, ou seja trabalhámos aos pares. O Bernardo ficou de serviço ao tacho, ou seja, fez de chef e eu fui o seu alegre sous chef.
A primeira informação foi também o primeiro segredo:
-Muito azeite para dar cor
Tacho no lume, muito azeite no tacho, eu diria que entra o dobro daquilo que eu poria, umas boas 6 colheres de sopa - o azeite vai dar o tom amarelado final do arroz mas tem de ser em mexido para o arroz o absorver e não se apresentar separado no final. E eu que cheguei a supor que podia ser curcuma, mas quando a usei nos testes que fiz, percebi que não era. 
- O alho entra primeiro
Depois do azeite entra o alho. Isso mesmo, em vez de começar pela cebola começa-se pelo alho (1 dente grande e bem picado). Vai-se mexendo para ganhar alguma cor e depois sim, entra a cebola. Seguiu-se o arroz, o caldo preparado pela Noélia e que eu como um novato na cozinha me esqueci de provar (realmente!!!!) .
- O limão
Nesta altura juntámos o sumo de um belo limão, grande e sumarento, vindo do quintal da Noélia - acho que com os tristes limões lisboetas, serão necessários 2 -  um pouco de casca e 1 cardamomo. Eu sempre juntei o limão no fim, como um tempero e este é o maior segredo para o resultado final. O limão aqui não é um tempero.

- Mexer bem para incorporar o azeite
Enquanto o arroz coze, vamos mexendo para que o azeite se ligue ao arroz. Perto do final entra o peixe, bons pedaços de robalo que a Noélia temperara com sal antes de começarmos, as ameijoas e uma boa quantidade de coentros grosseiramente picados.


Pouco depois o Bernardo desligou a  placa, e, seguindo os conselhos do Rodrigo Meneses, empratámos
cuidadosamente.
Mas importante mesmo foi provar. Importante e surpreendente,  porque estava perfeito.



Para além do nosso Arroz de Limão, houve entradas e saídas da Noélia - tapas de muxama, de biqueirão e de lingueirão e para acabar um bolo delicioso de alfarroba, amêndoa e gila

 

5 comments:

  1. Fui à Noélia há anos, já nem me lembro, aliás, lembro um arroz de coentros, se calhar era também com limão. Nesta receita, qual a quantidade de caldo para arroz? O robalo é em postas ou filetes? Desculpe estas questões todas mas tenho arranjado robalo do mar na praça e gostava de experimentar este arroz (mesmo sem as ameijoas).

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  2. Olá Maria, vou tentar dar as explicações pedidas começando pelo fim. Como o que se pretende é um arroz (carolino) muito caldoso, para tal a quantidade de caldo é pelo menos 2,5 x quantidade de arroz, ou seja, para 1 copo de arroz contar com 2,5 copos de caldo. A questão do robalo tem a ver com o uso das espinhas para fazer o caldo. Usando um peixe grande como a Noélia faz, tiram-se os filetes que depois se partem em pedaços generosos. Aproveitam-se assim as espinhas para fazer o caldo. Espero ter ajudado. A recordar que o alho, o limão e os coentros são usados sem medo algum!

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  3. Obrigada, era o que eu pensava, o caldo é feito com as espinhas. Ai os limões, tenho um limoeiro tão carregado deles que procuro 'vítimas' a quem os dar à força, os meus colegas no trabalho até se escondem debaixo das secretárias quando entro com uma sacada (podem ser limões, limas, tangerinas, laranjas, etc) :)

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  4. Só agora percebi que perdi isto!
    Mas vou seguir as dicas todas e tentar reproduzir este arroz maravilhoso.

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    1. Na semana passada estive na _Noélia e pedi este arroz. Disse ela: Vai pedir isso? Julguei que já sabia fazer! Eu sorri e pensei: pois sim, mas não fica assim tão bom...

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