29/04/2013

Salada

(para a Leny e o Luís)




Tempos houve em que se comia melhor, apesar de haver menos escolha.
Isto não é um paradoxo pois nos últimos 35/40 anos adoptámos um modelo alimentar que, para não azedar muito a conversa, será demasiado condescendente.
Há quem viva de piza, hamburgers e batatas fritas, há quem coma bifes a todas as refeições, há quem desconheça as palavras "sopa", "salada", "fruta" e quem viva entre mariscos, foie gras e vinho como se fossem o pão e azeitonas dos velhos espartanos.

Não sou santo nem modelo para ninguém, mas procuro variar, embora raramente coma por razão diferente da gulodice. Tenho por sorte hábitos alimentares herdados do tempo dos meus avós, quando a sopa era maior que o bife, o pão e a fruta faziam parte da dieta diária e pouco ou nada saía do congelador além do gelo.

E como salada porque gosto.

Assim vou saboreando tomate, alface, pimentos, pepinos, azeitonas, nozes, maçãs, mangas, alhos, cebolas etc para além duma lista semelhante de temperos incluindo ervas várias. Quase tudo cru,  tudo bom para saborear e bom para a saúde ainda por cima.

Na casa dos meus avós a coisa resolvia-se sem modernices - tomate, alface e cebola eram a base, no verão lá vinha o pepino e o pimento assado e pronto, daí não passava. Sal, azeite e vinhagre. Tá feito.

Hoje a escolha é grande e mesmo sem alargar a pegada ecológica (como me irritam os espargos do Peru que atacam os nossos supermercados!) podemos variar, mas sem variar também podemos variar e é disso que hoje falo. Variar sem variar, nestes dois examplos a maneira de cortar é determinante .

Uma salada (quase indiana) de tomate e pepino

Comprei 1 tomate, 1 pepino, 1 cebola e 1 lima  
Tu rias ao ver as unidades desfilando. 
-Isso chega? Somos 4!

A salada era para acompanhar um prato que normalmente não a leva, um caril de camarão, mas achei que ficaria bem e iria chegar.
É uma salada vagamente indiana, com tudo cortado muito fino e tratado assim
Pepino cortado e posto a descansar 15 minutos com sal. Depois lavei-o e deite-lhe água gelada
Cebola  cortada, regada com 1/2 lima e com sal.
Tomate cortado e arrumado no prato.

Escorri o pepino e juntei ao tomate
Sobre o pepino deitei a cebola e misturei tudo. Temperei com 1 colher de chá com orégãos, pimenta preta, um fio de azeite, o sumo da outra metade de lima, coentros frescos e um toque final de flor de sal.

Ficou a descansar no frio enquanto  o caril e o arroz acabavam e na mesa foi bem recebida, sem estranhezas ou recusas (antes pelo contrário)  
Esta salada, por levar lima e ser cortada muito fina, fica diferente da salada tradicional. Variar sem variar foi o que escrevi atrás, e inspira-se em saladas asiáticas que normalmente levam malaguetas ( não havia ) e podem ter temperos mais arrojados, incluindo açúcar, molho de peixe(nam pla) e grande quantidade de ervas frescas .  

Uma salada de tomate e azeitonas


1 tomate em cubos pequenos
1/2 cebola picada
12 azeitonas pretas 
1/2 dente de alho picado
1 colher de chá com orégãos
azeite
sal 
pimenta

Misturar, temperar e comer.
Faz boa companhia a muita coisa, mas gosto em especial para acompanhar  uma refeição com qualquer carne grelhada ou um bom queijo de ovelha seco com pão alentejano.
Em alternativa, também acontece torrar o pão, parti-lo em pedaços, fazer o mesmo com o queijo e juntar à salada. 
  

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